sexta-feira, 25 de março de 2011

Angra dos Reis não está preparada em caso de acidente nuclear


Texto publicado em 25 de Março de 2011 -

Caroline Aguiar de Brasília
 
A cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi a mais citada durante as discussões sobre energia nuclear nas audiências públicas realizadas, na quarta-feira (23), por comissões do Senado e da Câmara dos Deputados. O município fica a 20 quilômetros das usinas nucleares de Angra I e II[foto] e, segundo deputados, senadores e especialistas, não está preparado para tomar as devidas providências caso ocorra um acidente nuclear.
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O principal problema seria a logística para evacuação da cidade caso haja algum problema com os reatores. “Quando aconteceram os deslizamentos em Angra dos Reis, a rodovia Rio-Santos ficou completamente parada. Imagina se precisamos retirar tantas pessoas do local, será impossível. Não temos a mínima condição de garantir a segurança da população”, afirmou o senador Lindberg Farias (PT-RJ).
Para o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, as soluções para um plano de evacuação de emergência incluiriam a construção de atracadouros para viabilizar a saída pelo mar e de quadras esportivas que pudessem ser utilizadas como heliporto.

Mapa apresenta a área de influência da usina de Angra 3,
ainda não concluída. Fonte: Eletronuclear
As indicações internacionais são para evacuar um raio de 15 quilômetros em volta da usina que tenha problemas. Aquilino Senra, professor de energia nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que esse número deve ser reavaliado. “Depois do que aconteceu no Japão, essa distância de segurança deve ser discutida. A situação mostrou que 15 km pode ser pouco”, afirmou.
Outros problemas de Angra que preocupam os parlamentares e especialistas são a falta de recursos necessários caso um avião caia nas proximidades da usina e também a possível desproteção dos geradores que fazem o resfriamento dos reatores. Na próxima semana, uma comitiva de deputados e senadores visitará Angra I e II.

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