sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Greve de Docas, com operação padrão da Guarda Portuária, afetará portos do RJ na próxima semana


12/09/14 07:19 AM

Após assembleia realizada em 10 de setembro de 2014, o Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro decidiu fazer greve de advertência de 48 horas, a partir das 07 horas da manhã do dia 16/09 até às 07 horas do dia 18/09.


As greves da Cia Docas do Rio e Janeiro (CDRJ), que se repetem todos os anos, infelizmente, já fazem parte do calendário da comunidade portuária do Rio de Janeiro. Se a greve fosse apenas dos funcionários da administração de Docas, não existiriam grandes impactos às operações portuárias. Todavia, a operação padrão realizada pela Guarda Portuária, que visa causar impactos nas rotinas de entrada e saída de caminhões nos portos administrados pela CDRJ (Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis), prejudica sobremaneira os terminais e, principalmente, os usuários que sofrem para entregar e retirar as suas mercadorias dos portos, isso quando não perdem embarques de exportação, ou quando são obrigados a pagar períodos adicionais de armazenagem na importação. Essa operação padrão consiste em tornar os trâmites de entradas dos caminhões o mais lento possível.

As últimas greves de advertência da CDRJ, com operação padrão da Guarda Portuária, levaram 24 horas. Porém, a greve marcada para a próxima semana será maior e é um indicativo de que a paciência dos trabalhadores da empresa está se esgotando, trazendo o risco de que tenhamos, em breve, uma greve por tempo indeterminado, com operação padrão durando dias e mais dias.

A CDRJ, ao que tudo indica, perdeu a capacidade de negociar com seus funcionários. O dissídio coletivo da categoria, que acontece no mês de junho de cada ano, é perfeitamente possível de ser previsto e as negociações antecipadas para março. Porém, a empresa deixa para ver as reivindicações dos portuários justamente no mês decisivo, isso quando não atrasa o inicio do das negociações para julho ou agosto, ainda assim, atuando com total lentidão. No final, temos um jogo de empurra que envolve até a Secretaria Especial de Portos (SEP). Agora respondam: Vendo a forma com a qual a CDRJ atua nos portos do Rio de Janeiro, podemos culpar os trabalhadores? É óbvio que não.

As principais reivindicações dos portuários são: Aumento real de 5% sobre o salário; manutenção das cláusulas anteriores do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014; aumento real de benefícios (vale refeição, auxílio creche, auxilio educação ensino fundamental e médio); incentivo ao ensino superior para qualificação dos empregados; reenquadramento do Plano de Cargos e Salários para ativos e inativos; complementação de aposentadoria para viúvos e viúvas a partir do falecimento, dentre outros.

Aos transportadores rodoviários, pedimos que, na medida do possível, evitem agendamentos para entrega e/ou retirada de cargas e containers nos dias de paralisação, principalmente no Porto do Rio de Janeiro, cuja região encontra-se muito afetada pelas obras do Porto Maravilha, que contempla a derrubada do viaduto da Perimetral e o consequente fechamento da Avenida Rodrigues Alves, dificultando os acessos ao Centro. Nos casos em que os vencimentos das armazenagens de importação e deadlines de exportação estiverem vencendo nos dias de Greve de Advertência, sugerimos evitar os agendamentos nos períodos de pico (manhã e final de tarde), bem como utilizar, preferencialmente, o novo acesso pelo viaduto de Benfica, para que se chegue aos Tecons pelo bairro do Caju, aliviando o cúmulo de veículos na Avenida Rio de Janeiro e os impactos ao portão 24, que quase foi fechado no ano passado. Pedimos aos usuários exportadores e importadores que conversem com seus transportadores. Aos terminais, pedimos tolerância e razoabilidade com eventuais atrasos e maior disponibilização de janelas fora dos horários de pico.

Como as greves acontecem todos os anos, deve ser levado em consideração a sua previsibilidade e, portanto, a descontinuidade dos serviços que cabem a CDRJ. Trata-se de agressão aos direitos básicos dos usuários no sentido de receberem serviços adequados, observância dos padrões de regularidade, continuidade e eficiência. Ora, toda concessão pressupõe prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido em Lei, nas normas pertinentes e nos respectivos contratos. Dessa forma, como os usuários estão sendo agredidos, comunicaremos o fato à Superintendência de Portos da ANTAQ para que as providências cabíveis sejam tomadas, incluindo sanções a serem aplicadas sobre a CDRJ, que é a grande responsável pelo problema.

Informações adicionais, entrar em contato com o Sindicato, através do telefone (21) 2516-1816, ou através do site http://portuariosrio.org.br/contato/


André de Seixas
Criador e Editor do Site dos Usuários dos Portos do Rio de Janeiro
Fonte:http://www.uprj.com.br/

Um comentário:

Desenvolvimento Masculino disse...

Olá!

Poderia dizer quanto ganha em média(vencimentos + benefícios), um guarda portuário do Porto do RJ?

Grato!