Em meio a esta batalha, que difere em pouco dos protestos e
guerrilhas que ocorrem atualmente no Oriente Médio, a Guarda Portuária, em uma
zona desconhecida, debate-se como a um afogado em meio a um lago onde a sua
volta somente há galhos secos, que se quebram a cada investida sua. Esta, a
cada momento, com seus braços exaustos, afunda milímetro a milímetro.
Luta pela sua não terceirização, luta pela defesa das
próprias leis que garantem uma segurança portuária digna e coerente,
respeitando às leis de segurança internacional, luta pelo direito de ter o seu
reconhecimento, pelo resgate de sua autonomia de fiscalização, pelo direito à
sua defesa no exercício de sua função, luta pelo que é praticado mundo a fora
nos portos realmente organizados.
Com suas limitações, além de estar em frequente queda de
braço com os barões da política e do empresariado, ainda precisa matar alguns
tubarões por dia, tendo em seu berço, aqueles que, por uma política umbilical,
puxam, do fundo do lago, a Guarda que continua o seu processo de lento
afogamento.
Todos sabemos que não é interessante à política uma Guarda
forte, fiscalizadora, que policia os ambiente hostis nos portos do Brasil.
A política impede a concessão do porte de armas, este
garantido pela própria Lei do Desarmamento aos Guardas Portuários, a política
impede a devolução do verdadeiro “Poder de Polícia” à Guarda Portuária, também
impede que a guarda se organize em um sindicato único e nacional, impede que
conheçamos o nosso Regulamento Nacional, atualmente sendo elaborado pela
Secretaria Especial dos Portos(?).
Tento me espelhar, desde o início nos colegas que não esmorecem
diante da batalha, que muitas vezes se mostra perdida. Continuam, de olhar
erguido e com foco apurado. Me refiro aos colegas da Polícia Ferroviária Federal
e Agentes Penitenciários.
E por falar em Agentes Penitenciários, este conseguiram
convencer o Ministro da Justiça sobre os seus devidos Porte de Armas.
Pela insistência, argumentos únicos e convincentes, sem
estrelismos ou disputas internas,
conseguiram um Projeto de Lei que simplesmente concedem o que lhes é devido. O
direito de defesa de suas vidas.
E nós Guardas Portuários, o que fizemos nos últimos 3 anos?
Quais os parlamentares novos que angariamos pelos corredores frios da Camara
Federal? Em que avançamos?
Uma força tarefa está sendo organizada pelo Vilmar(Santos) e pelo Dejacy(Rio de Janeiro) para que na
próxima semana, terça-feira, consigamos uma emenda nesse PL, que tramita em
regime de urgência proposto pelo próprio Governo Federal.
Se, até a próxima quarta-feira, não conseguirmos uma emenda,
estamos literalmente AFOGADOS. Sem porte de armas, sem perspectivas diante às
terceirizações, sem regulamento, sem contingente, sem armamento, sem uniformes,
sem isto ou aquilo. Em fim, liquida-se uma corporação BI centenária que
contribui, até os dias de hoje para a proteção de mais de 95% das riquezas que
transitam em nossos portos.
Meditemos: Faltam poucos centímetros para que estejamos
totalmente submersos. Sem fôlego, sem ar, sem vida.
Ministro ANTONIO HENRIQUE PINHEIRO SILVEIRA, a Guarda Portuária continua aguardando uma sinalização de V.Sª.
Marco Jamil
Guarda Portuário
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