quarta-feira, 10 de abril de 2013

Abin monitorou Suape por razões econômicas, afirma ministro de Dilma


Gilberto Carvalho confirma monitoramento a porto de PE, mas descarta motivação política



Daiene Cardoso, da Agência Estado

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu nesta quarta-feira, 10, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou o Porto de Suape, em Pernambuco, e disse que a medida foi necessária por questões econômicas, não políticas. "Porto é uma coisa que não pode parar, vocês sabem (a importância) disso para a economia. Era mais que legítimo que a Abin passasse para nós informações dos riscos: ''Olha, pode paralisar o porto.'' E a repercussão disso na economia, qual é?", justificou o ministro, que teve compromissos em São Paulo neste quarta.


Ao assumir a preocupação do governo com o funcionamento do Porto de Suape diante do risco de paralisação dos portuários, Carvalho disse que é obrigação do governo cuidar das áreas estratégicas para o País. "Qualquer país tem que vigiar, tem que cuidar, tem que ter informações sobre áreas que são estratégicas para o país. Porto não é uma brincadeira, tem repercussão econômica", completou o ministro, reforçando que "governo que não trabalha com inteligência é um governo cego". Ele reafirmou que qualquer Estado no mundo precisa ter um mínimo de serviços de informações para trabalhar adequadamente. "(O monitoramento) tem a ver com manter o governo informado sobre os riscos para a questão da infraestrutura portuária e do funcionamento dos portos, claro."
Carvalho rechaçou a tese de que a Abin estaria supervisionando politicamente o movimento sindical no Estado governado por Eduardo Campos (PSB), possível candidato à Presidência da República em 2014. "Nós não precisamos de arapongagem sobre o movimento porque temos um diálogo com o movimento o tempo todo. Nós não somos um governo repressivo, da ditadura, que tem de infiltrar gente para saber das coisas", afirmou.
Nesta quarta, a Comissão de Trabalho da Câmara aprovou convite ao general José Elito, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para prestar esclarecimentos sobre o caso. Ainda não há data marcada..

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