segunda-feira, 4 de março de 2013

Eduardo se articula contra MP dos Portos


Governador recebe Paulinho da Força Sindical, na articulação contra a MP que fixa nova regras no setor portuário. Iniciativa também aproximará Eduardo dos sindicalistas

Publicado em 04/03/2013, às 06h44

Débora Duque

 / Foto: Igo Bione/JC Imagem

Foto: Igo Bione/JC Imagem

Decidido a engajar-se no debate contra a Medida Provisória nº 595, a MP dos Portos, o governador Eduardo Campos (PSB) recebe, nesta segunda-feira, na sede do Executivo estadual, o deputado federal Paulo Pereira dos Santos, conhecido como Paulinho da Força Sindical (PDT). Como presidente de uma das maiores entidades sindicais do País, o pedetista desembarca no Recife em busca de apoio contra a aprovação da medida proposta pelo governo federal para fixar novas regras ao setor portuário.
Além de colocá-lo em confronto direto com a presidente Dilma Rousseff (PT), a pauta aproxima Eduardo dos sindicalistas, que temem que a abertura dos portos à iniciativa privada, um dos pontos previstos na MP, termine por gerar desemprego entre trabalhadores avulsos. O governador, por outro lado, está incomodado com a perda de autonomia da administração de Suape para realizar as licitações de novos terminais e escolher as novas áreas a serem arrendadas pelo setor privado.
Segundo o texto da MP, o controle de ambos os processos ficará centralizado em Brasília, sob a responsabilidade da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) ou da Secretária dos Portos. “Do nosso ponto de vista, essa medida provisória privatiza e quebra nossos portos públicos. Estamos procurando o governador porque ele, de certa forma, também perde com isso por conta de Suape. É importante que ele, uma pessoa de prestígio, possa se pronunciar”, justificou, nesse domingo, Paulinho ao JC.
O parlamentar aproveitará o encontro, marcado para às 14h, para convidar o governador a palestrar no evento que está sendo organizado pela executiva nacional da Força Sindical, em São Paulo, no final deste mês. Apesar de continuar no PDT, Paulinho está cada vez mais afastado do governo federal e busca apoio para criar uma nova sigla, chamada Partido da Solidariedade (PS). “A ideia não é tratar disso, mas da MP dos Portos”, disse. A reunião também terá a participação de outros membros da entidade.
Apesar das tentativas de afastar a conotação política do encontro, lideranças do PSB, como o vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral, reconhecem que a distante relação com os sindicatos é um dos pontos fracos da legenda, que almeja lançar a candidatura de Eduardo Campos à presidência, em 2014. “Se o PSB tem um calcanhar de Aquiles, com certeza é o movimento sindical. Essa sempre foi nossa dificuldade e isso precisa ser superado”, admitiu Amaral à Agência Estado.

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