sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Segundo servidores, Vieira dizia influir na Presidência


DE BRASÍLIA

Servidores da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) afirmam que Paulo Vieira, ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas), citava, em reuniões, ter influência junto à Presidência da República, ao ex-ministro José Dirceu e ao deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) ao discutir pareceres emitidos pelo órgão.
As declarações constam de depoimentos citados na conclusão de uma apuração feita pela Corregedoria da Advocacia-Geral da União (AGU) nas procuradorias das três agências reguladoras citadas na Operação Porto Seguro: Antaq, ANA e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Divulgação
Paulo Vieira, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema de tráfico de influência em órgãos do governo
Paulo Vieira, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema de tráfico de influência em órgãos do governo
Deflagrada pela Polícia Federal há um mês, a operação desmontou um esquema de venda e fraudes em pareceres técnicos de órgãos públicos.
Segundo os depoimentos, Vieira "afirmava que fora nomeado pelo presidente da República". Ele foi nomeado pelo ex-presidente Lula, a pedido de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo.
De acordo com a conclusão da AGU, divulgada ontem, Vieira "tentava demonstrar acintosamente que tinha poderes para indicar pessoas a altos cargos públicos". Além do presidente, ele dizia ter acesso a Dirceu e Costa Neto.
Conforme antecipou ontem a coluna Painel, da Folha, a corregedoria apontou irregularidades só na Antaq.
fragilidades
A corregedoria apontou falhas no processo envolvendo a Ilha de Bagres, no litoral paulista, e no que trata dos interesses da empresa Tecondi. Os dois casos foram alvos da Operação Porto Seguro.
O trabalho da corregedoria da AGU será enviado a órgãos externos de investigação, como PF e Ministério Público.
Já a comissão de sindicância aberta pela AGU para investigar o envolvimento de servidores do próprio órgão no esquema decidiu pedir mais 30 dias de prazo para concluir a apuração.
Com isso, a abertura do processo disciplinar deve ocorrer após a conclusão da sindicância.
A AGU protocolou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de desistência na Ação Civil Pública que discute os danos à flora, fauna e patrimônios paisagísticos causados por ocupante da Ilha das Cabras, no litoral paulista. A Operação Porto Seguro da Polícia Federal investiga a entrada da União no processo, o que levou o caso para a Justiça Federal. (LEANDRO COLON E ERICH DECAT)

Fonte: uol

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