quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Aparelho que será instalado em Aeroportos detecta drogas e explosivos em 8 segundos


 
ESTADO DE MINAS – MINAS GERAIS 
Aeroportos de Confins e da Pampulha e outros 13 terminais do país receberão reforço de equipamentos que detectam substâncias ilícitas quase instantaneamente, a partir da Copa das Confederações, em 2013
Junia Oliveira

(Junia Oliveira/EM/D.A Press )

 Paris – Cerco ao tráfico de drogas e a explosivos nas principais portas de conexão de Minas Gerais com o mundo. O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, e o da Pampulha, na capital, receberão, até o fim do primeiro semestre de 2013, cinco detectores de material explosivo e de drogas (EDT, do inglês Explosive Trace Detector). O equipamento, usado na maioria dos aeroportos da Europa e dos EUA, será instalado nos setores de inspeção de passageiros e de bagagens e apresenta a análise em oito segundos.
Ao todo, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) comprou 50 unidades, que serão distribuídas em 15 terminais do país.
O investimento, de R$ 7,15 milhões, vai aumentar a segurança nos terminais de todas as cidades onde haverá jogos da Copa das Confederações, no ano que vem, e da Copa do Mundo, em 2014. Além de Confins e Pampulha, serão beneficiados os aeroportos de Fortaleza, Salvador, Recife, Natal, Curitiba, Porto Alegre, Manaus, Cuiabá e Congonhas (SP) e o Santos Dumont (RJ). Fora do circuito dos eventos esportivos, receberão também detectores os aeroportos de Belém, Florianópolis e Foz do Iguaçu (PR). Cada equipamento custa R$ 143 mil. Somente em Confins, a Polícia Federal apreendeu, em 2011, 25.030 comprimidos de ecstasy e pontos de LSD e quase 6 toneladas de outras drogas. Este ano, foram 60 comprimidos e 120 quilos respectivamente.
 As máquinas, que podem ser portáteis ou implantadas em plataforma fixa, estão em fase de testes, previstos para serem concluídos em três semanas. A previsão de assinatura do contrato para selar a compra com a Proscan Comércio e Serviço Ltda, vencedora da licitação, é o início de 2013. De acordo com a Infraero, a assinatura está condicionada à aprovação dos equipamentos e, depois dessa fase, a empresa terá 120 dias para fornecê-los. Em Minas, serão enviadas três unidades para Confins e duas para a Pampulha. O aeroporto internacional mais que dobrará sua capacidade de detectar materiais perigosos, já que hoje opera com dois aparelhos. Outro setor que já usa essas máquinas – portáteis – são os Correios, para verificar o conteúdo de correspondências.
Segundo o gerente da área de vendas da Safran Morpho (grupo francês responsável pela tecnologia e parceiro da empresa vencedora da licitação), Antoine Balusseau, o equipamento tem capacidade para detectar materiais explosivos, como TNT, drogas, como cocaína e heroína, e líquidos ou pós desconhecidos. O teste de explosivos é feito em uma amostra de pano composto de fibra de vidro e teflon.
“Diante de qualquer suspeita, a autoridade local fixa um pedaço do material na mala ou em partes do corpo do passageiro com a maior probabilidade de ter tido contato com drogas ou explosivos, como mãos e braços”, explica Balusseau. “Em seguida, essa amostra é posta na máquina, que vai indicar se há algum tipo de contaminação ou resíduos e quais são eles”, completa. O tempo de análise é de apenas oito segundos. De acordo com o gerente, a chance de alarme falso é de apenas 2%.
A tecnologia ITMS denominada Traço de detecção, é um espectrômetro à base de íons que captura e analisa gases e partículas microscópicas emitidos por substâncias orgânicas. Os resultados são coletados em superfícies secas ou gasosas. A sensibilidade é tanta que ele pode detectar até mesmo quantidades quase insignificantes de substâncias ilegais. Os instrumentos têm ainda uma constituição que permite reduzir a interferência de substâncias não alvo, garantindo uma operação mesmo em ambientes não muito limpos, pois exclui a poeira e a sujeira.
Os equipamentos serão operados por funcionários da Infraero e das companhias aéreas, sob coordenação e inspeção da Polícia Federal. A Infraero informou, por meio da assessoria de imprensa, que só comentará o assunto depois da fase de testes.
BIOMETRIA O grupo Safran, especializado em sistemas de defesa e segurança, sistemas biométricos, identificação e documentos on-line, está de olho em outros mercados no Brasil. Um deles é o banco de identificação por meio de impressões digitais em Minas Gerais. O outro é o controle biométrico e passaportes. A tecnologia implantada em aeroportos da Europa dispensa o controle feito pelos agentes aos passageiros que são originários do país.
O viajante põe o passaporte numa máquina e passa direto pelo portão de acesso. O que para o passageiro é uma forma bem mais simples, envolve, na verdade, uma tecnologia complexa. No computador dos agentes que permanecem nos guichês, ocorre uma comparação da foto do passaporte e da imagem capturada por microcâmeras instaladas no local, além de outras informações. Diante de qualquer divergência, a porta não abre e o passageiro deve se apresentar, imediatamente, às autoridades da imigração.
A Polícia Federal de Minas informou que o passaporte brasileiro já é considerado um dos mais seguros do mundo e conta com informações biométricas e biográficas do titular, de acordo com padrões da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês). O modelo está consolidado desde 2007. Mas, nos bastidores em Paris, as conversas com o governo brasileiro para adotar o sistema estão adiantadas.
Outro braço a ser desenvolvido por empresas de tecnologia de documentos é a carteira de identidade com chip, o RIC, que deverá contar com vários fornecedores. Os novos cartões estavam previstos para chegar às mãos dos brasileiros no fim do ano passado. O Ministério da Justiça informou que o processo está parado.*A repórter viajou a convite do governo francês

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