terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cruz Vermelha já está a bordo do navio ocupado por portuários


Foto: Paulo Passos

Estivadores no navio chinês recebem alimento e água da Cruz Vermelha - Porto de Santos
Após 16 horas sem alimentos e 12 horas sem água fresca, os 46 estivadores e cinco operários portuários que ocupam o navio ‘Zhen Hua 10’, atracado do cais público da Embraport, em Santos (SP), comeram e beberam. A Cruz Vermelha Brasileira, filial santista, conseguiu transpor a proibição imposta pela Capitania dos Portos e Polícia Federal (PF), que desde a tarde desta segunda-feira (18/02), impedia o abastecimento.
Às 14 horas desta terça-feira (19), o barco alugado pelo Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport) chegou a bordo do navio chinês, com o representante da entidade internacional, Bento Ferreira. Ele e o presidente do Sintraport, Robson de Lima Apolinário, tiveram que mostrar sua documentação aos representes da Marinha do Brasil e da PF, antes de subir a bordo.
Os policiais revistaram os mantimentos, compostos de frutas, lanches e água mineral climatizada, e orientaram o embarque, após verificar que estava tudo certo. Para Robson Apolinário, a Cruz Vermelha “fez toda a diferença. Não fosse ela, até agora os companheiros estariam sedentos e famintos, com risco de passar mal por problemas de saúde”.
Nas primeiras avaliações, eles contataram um portuário diabético que precisava urgentemente de insulina. Também houve tomada de pressão arterial e outras análises de praxe nessas situações.
Luta
Os trabalhadores ocuparam o navio, às 3h20 da manhã de segunda-feira (18), para garantir os postos de trabalho. A Embraport queria iniciar a descarga de três portêineres e 11 transtêineres do navio sem eles.
O coordenador de força tarefa de Santos da Cruz Vermelha sensibilizou-se, durante a manhã, com a notícia de que os portuários estavam sem comer desde as 9h30 de segunda-feira (18). Ele ficou mais chocado ao saber que a empresa Embraport forneceu um galão de 20 litros de água na temperatura ambiente aos trabalhadores, às 10h30 de hoje.
O sindicalista, um dos ocupantes da embarcação chinesa, diz que os colegas beberam a água sem gelo “como se estivessem no deserto. Isso não se faz nem com prisioneiros de guerra”.
* Informações da Assessoria de Imprensa dos Portuários de Santos

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