Rio -  A Polícia Civil anunciou nesta quinta-feira, após cumprir mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento com o jogo do Bicho - e até uma busca à sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) - que encontrou indícios de uma nova forma de pagamento por servições prestados por policiais a envolvidos com o jogo do bicho.
Segundo a polícia, foram encontrados, ainda em dezembro do ano passado, quatro carnês de prestação, referentes a carros, que foram comprados em nome de policiais. Os investigadores acreditam que as parcelas eram pagas pelo jogo do bicho. Os quatro PMs acusados de envolvimento no esquema foram identificados e estavam entre os alvos da operação Dedo de Deus 2, realizada hoje. Na casa dos policiais, foram apreendidas duas pistolas e um revólver.
"Acreditamos que esses carnês são uma forma dos chefes do jogo do bicho pagarem aos políciais pelos serviços prestados por eles à organização criminosa. Essa é uma maneira de tentar driblar a polícia, não deixando rastros ou vínculo entre eles", disse o delegado da Corregedoria da Polícia Civil, Glaudiston Galeano, que afirmou que esta foi a primeira vez que viu esta forma de pagamento sendo usada. 
a Corregedora de Polícia Civil, Márcia Pita e Glaudiston Galeano, delegado da Corregedoria apresentaram as apreensões da operação | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
A corregedora da Polícia Civil, Márcia Pita, e Glaudiston Galeano, delegado da Corregedoria, apresentaram as apreensões da operação | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Nesta quinta, a Polícia Civil cumpriu 60 mandados de busca e apreensão contra diversos suspeitos de envolvimento com o jogo do bicho. Foram apreendidos R$ 360 mil emcheques e R$ 13,8 mil em dinheiro na casa de um dos acusados. Na sede da Liesa, a polícia apreendeu papéis e computadores, que foram levados para serem analizados.
De acordo com o delegado, não há há confirmação de relação entre o jogo do bicho e a Liesa. A sede da liga teria sido alvo das investigações apenas porque alguns dos investigados já foram presidentes da instituição.
O delegado afirmou ainda que já pediu ao Ministério Público mandados de prisão para 30 novos alvos que surgiram nesta nova fase das investigações. Entre eles, estão os quatro PMs, para os quais, segundo Galeano, já haviam sido pedidos os mandados de prisão, mas a Justiça não concedeu. O delegado não quis revelar o nome dos policiais. 
Fonte: ODIA