Rio -  Será na Avenida Francisco Bicalho, na Zona Portuária, o endereço do mais luxuoso e maior centro corporativo do Brasil. As cinco torres de 150 metros de altura — Trump Towers Rio —, do empresário norte-americano Donald Trump, vão ser erguidas com a promessa de atrair mais investidores de peso para a região. A construção promete mudar a cara do Porto.



O empreendimento vai ocupar um terreno de 32 mil metros quadrados, incluindo uma área do Clube dos Portuários, hoje ocupado pela quadra da Unidos da Tijuca, campeã docarnaval, que será desapropriada até o início das obras, marcado para o segundo semestre de 2013.

Os prédios envidraçados terão 38 andares cada de pura tecnologia e sustentabilidade. Para garantir o diferencial de todos os prédios empresariais já existentes na cidade, o consórcio de empresas estrangeiras que toca o investimento, em parceria com a Caixa Econômica Federal, estima valores da ordem de até R$ 6 bilhões.
Empreendimento de Donald Trump no Rio terá | Foto: Divulgação
Empreendimento de Donald Trump no Rio terá 32 mil metros quadrados | Foto: Divulgação
Duas torres serão inauguradas até as Olimpíadas de 2016. As outras três vão aguardar a demanda do mercado para serem construídas.

“O local tem a melhor mobilidade do Centro, com futuras estações de VLT, trem-bala e metrô, além da rodoviária”, aponta Stefan Ivanov, presidente da MRP Internacional do Brasil, parceira da Trump Towers Rio.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Reforma da quadra da Tijuca consumiu R$ 5 milhões da escola em 3 anos | Foto: André Mourão / Agência O Dia
O centro empresarial terá selo de sustentabilidade com uso racional de energia, elevadores inteligentes e acessibilidade. A captação de locatários deve começar em 2014. “Queremos que a Trump traga novas iniciativas”, disse o prefeito Eduardo Paes.

Campeã do carnaval será "despejada"

Para dar lugar às torres de luxo, a quadra recém-reformada da Unidos da Tijuca, atual campeã do Carnaval, terá que sair do seu endereço até o segundo semestre de 2013, quando começam as obras. A direção da escola diz que não foiinformada de nada e que não tem para onde ir.

“Não sabia. Nunca fui notificado”, comentou o presidente da agremiação, Fernando Horta, que paga à Docas, dona do terreno, R$ 8 mil por mês de aluguel. Em três anos, a agremiação diz ter investido R$ 5 milhões em recursos próprios para reformar a quadra.
“Não queremos atrapalhar o crescimento da região, mas não podem ignorar que levamos movimento a um lugar que estava abandonado. Não queremos sair da Zona Portuária”, desabafou Horta, apelando ao prefeito. “Ele não pode deixar a escola campeã à deriva, esperamos uma solução”.