quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Terrorismo Suicida


O que parece um ato de loucura é na verdade uma ação planejada por organizações terroristas. Não são atos religiosos, apesar dessas organizações apelarem para motivos religiosos a fim de convencerem seus homens e mulheres bomba a se imolarem.

São atos políticos, com fim de pressionar determinado ente político a fazer ou deixar de fazer algo. Segundo Robert Pape (The strategic logic of suicide terrorism), entre 1980 e 2003 foram 315 ataques suicidas em nosso planeta, quase todos relacionados a alguma campanha de determinada organização terrorista, sendo que do total somente 14 foram atos isolados de indivíduos. Ou seja, o (a) terrorista suicida faz parte de uma estratégia, são táticas relacionadas a um plano maior de uma entidade terrorista.
Do Marrocos ao Golfo, Russia, EUA, Sri Lanka, India e Turquia, todos já sofreram com esses atos, normalmente relacionados a um grupo político-religioso que desejavam impor algo a um governo. Essa forma de terror é eficiente. Para que se tenha uma idéia, os atos suicidas entre 1980 e 2003 somente representaram 3% dos atentados desse período, mas impuseram 48% das mortes de todos os atentados. São vinte vezes mais eficazes que outras formas de terror. São formas eficientes para matar e assim já foram percebidas por diversas organizações terroristas.
O combate ao terror deve buscar meios de reduzir o número de pessoas dispostas a se suicidarem em nome de uma causa, por devoção ou adoração. O terrorismo busca aniquilar o inimigo, mas também busca ganhar apoio de pessoas que podem se tornar instrumentos de aniquilação. Por isso, é uma boa tática reduzir a disponibilidade de pessoas dispostas a tudo por uma causa. Como?
1. tornando essa causa uma causa fraca;
2. retirando o altruísmo dos suicidas;
3. reduzindo o suporte das massas para essas ações;
4. interferindo na estrutura dessas organizações que utilizam o terrorismo suicida;
5. possibilitando alternativas às pessoas recrutadas para essas ações;
6. fortalecendo lideranças religiosas e ideológicas que não apóiam essa forma de combate;
7. ajudando a reduzir as desigualdades sociais nesses locais de recrutamento;
8. investindo em tecnologias de antiterrorismo.
Autor: Marcus Reis

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