quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Corregedor condena agressão a torcedora do Coritiba e pede filmagens dos atos ilegais


Gustavo Franceschini 
Do UOL, em São Paulo
O caso dos oficiais que agrediram a torcedora Ana Paula de Lima, de 18 anos, já está sendo investigado pela Polícia Militar do Paraná. Em entrevista ao UOL Esporte, o corregedor Cesar Vinicius Kogut condenou duramente a atitude dos colegas, que ganhou enorme repercussão devido a um vídeo que circulou na internet.
“Falando institucionalmente, a polícia abriu sindicância. Afastamos do serviço operacional e eles ficam fora durante todo o procedimento, que deve durar no máximo 30 dias. Pessoalmente, não tem nem muito o que comentar. A PM repudia esse tipo de atitude”, disse Kogut, que estimulou que a população siga filmando os atos ilegais.

CONFIRA AS IMAGENS DA AGRESSÃO SOFRIDA PELA ESTUDANTE NO PARANÁ

“Estamos em um estado democrático. A população tem de exercer a cidadania, fiscalizar de todas as formas. Ela, a câmera, é um meio de prova muito importante”, completou.
O vídeo ganhou a internet na última segunda-feira. Nele, Ana Paula é empurrada para o que parece ser a entrada de uma loja fechada. Ela é empurrada por dois policiais, que tentam revista-la e chegam a bater sua cabeça violentamente contra um portão de alumínio.

LEIA AS DECLARAÇÕES DA VÍTIMA ANA PAULA DE LIMA

A estudante Ana Paula de Lima, de 18 anos, agredida por policiais do Bope (Batalhão de Operação Policiais Especiais) do Paraná fim de semana, fez um exame de corpo de delito na última segunda-feira. Torcedora do Coritiba, ela foi abordada de maneira violenta por oficiais que foram gravados. Além das imagens feitas por uma amiga, Ana Paula diz ter o áudio do ocorrido.
A ação começou, segundo a vítima, porque os policiais queriam evitar que ela filmasse a maneira como eles tentavam conter uma manifestação pela paz nos estádios. Ela conseguiu manter o celular sob sua posse apenas ao colocá-lo dentro da calça. Nesta terça, em entrevista à Gazeta do Povo, Ana Paula disse ter o áudio da agressão que sofreu.
Todo o incidente foi filmado por uma amiga dela, que ainda discutiu com um outro policial, que tentava impedir a filmagem e apontava que a manifestação não era pacífica, o que as duas garotas negaram. “A apuração exata do que aconteceu nós ainda não temos. Me parece que houve o acionamento da polícia, mas mesmo tendo algum tipo de distúrbio você vê que a ação é excessiva”, disse Kogut.
O corregedor admite que a Polícia Militar por vezes age de forma truculenta em estádios, mas diz que a corporação tenta coibir os exageros. Segundo ele, as ocorrências têm diminuído ao longo dos últimos meses, que casos como o de Ana Paula de Lima são exemplares e que a iminência da Copa do Mundo forçará os policiais a passarem por cursos de reciclagem e especialização em eventos esportivos.
Para Kogut, a substituição da Polícia Militar nos estádios por esquemas de segurança privada não seria tão efetiva como sugerem alguns críticos. “Esses casos esporádicos mostram falhas, mas penso que somos mais preparados. Temos experiência de longos anos com estádios. Mesmo que você treine uma outra instituição, os problemas vão continuar. A Polícia Militar está muito preocupada  e vem melhorando”, disse o corregedor. 

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