terça-feira, 27 de março de 2012

Presos do Amazonas fazem festa em cela e publicam fotos no Facebook

Cumprindo pena na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), presos se divertem em festinha e publicam fotos em rede social



Condenados do regime fechado se divertem ao som de DVD e TV de LED
Condenados do regime fechado se divertem ao som de DVD e TV de LED(Reprodução)
O diretor da Unidade Prisional do Puraquequara, Oton Bittar, foi afastado do cargo na noite desta segunda-feira (26), em virtude a publicação de fotografias no Facebook de dentro da carceragem da unidade prisional, onde criminosos considerados de alta periculosidade fazem uma “festinha, com direito a churrasco e cerveja. O mais grave é que as fotos foram postadas no Facebook de um dos detentos, Alessandro Barbosa da Fonseca, o Alê, que tinha como login o nome de ‘alle barbosa’. Alessandro foi preso por tráfico de drogas e é responsável pelo projeto Lutando pela Vida.
A denúncia anônima feita na manhã de ontem expõe a vulnerabilidade do sistema de segurança que pode estar possibilitando o contato dos criminosos com a sociedade, colocando em risco a segurança dos usuários do Facebook. Alem de Alessandro foram identificados nas fotos Márcio Pessoa da Silva, o “Marcinho Matador” capturado pela operação Tentáculo;Augusto Jhonson Alves,“Jhonson da Praça 14” ou “Sapo” preso pela operação Fortaleza;Alan Kenedy Souza, o Alanzinho, traficante; Ronairon Moreira Negreiros, Hebert Bastos Andrade e Cloves Fernandes Barbosa,irmão do traficante Zé Roberto da Compensa O denunciante afirma que o acesso desses internos à Internet pode estar sendo feito através de telefones celulares, utilizados de dentro da cadeia, levados por familiares. Mas, a hipótese de que agentes do sistema penitenciário tenham facilitado o acesso a Internet aos internos, ainda não pode ser descartada.
Fotos
Sete fotos foram veiculadas na internet demonstrando como os detentos fazem uma festinha. Numa delas, os internos estão dispostos em mesas, assistindo DVD numa televisão de LED. Em outra foto, Alê Barbosa faz pose segurando um barril de chopp e um copo. Noutra foto, que demonstra bem que os detentos estão no interior da penitenciária, Marcinho Matador, Alê e Cloves fazem seu autoretrato, mostrando as grades da cela. Na última foto, o traficante Alanzinho aparece sinalizando o foco. Ele queria sair bem na foto.
 Redes Sociais
Após as denúncias de utilização do Facebook pelos detentos, o perfil de Alessandro Barbosa, onde foram postadas as fotos do churrasco no presídio, não pôde mais ser encontrado. Por meio da busca de usuários do Facebook, tendo como base os nomes que constam na lista de detentos com acesso a rede social, o único que corresponde ao nome de Alan Kenedy Souza continua ativo, mas sem fotografia de usuário.
Investigação em andamento
 O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Lélio Lauria, disse que as providências sobre o caso do Facebook dos detentos já começaram a ser tomadas. “Nós afastamos o diretor do presídio para realizarmos as invetigações necessárias e vamos instaurar uma sindicância para apurar os fatos. Os detentos serão submetidos ao Conselho Disciplinar e podem permancer 30 dias em isolamento”, disse o secretário. O secretário executivo Adjunto, José Bernardo, disse que as investigações vão apontar em que circunstâncias ilegais os detentos tiveram acesso à rede social. “Através das investigações nós vamos verificar como eles fizeram (e postaram) as fotos”, disse Bernardo.
Nove celulares apreendidos
 A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) realizou quatro revistas nas unidades prisionais em Manaus neste ano. Nas duas últimas revistas, realizadas nos dias 6 e 21 de março, respectivamente, na cadeia pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa e na Unidade Prisional do Puraquequara, foram encontrados nove celulares ao todo. Em 2011, a Sejus realizou 18 revistas. Ao todo foram encontrados, no ano passado, 48 aparelhos celulares. As revistas também são realizadas em todas as visitas de familiares e quando é flagrado um visitante tentando levar um celular ao detento, a visita é suspensa.

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