quarta-feira, 10 de abril de 2013

Avante Portuários

MP dos Portos

Governo recua e portuários anunciam que podem parar

Joaquim Ordonez
Frustração total. Com direito a revolta, indignação e ameaça de greve nacional. Foi com reações desse tipo que os portuários de todo o Brasil receberam nesta terça-feira a informação de que o Governo Federal voltou atrás e decidiu não mais implementar as mudanças na Medida Provisória 595, a MP dos Portos, acertadas no mês passado com os sindicatos da categoria.

Com isso, o texto que muda as regras nos portos brasileiros não tem mais data para ser votado e a paralisação das atividades é tida como praticamente certa. 

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM),  relator da MP disse aos sindicalistas que não terminou o relatório e que a votação do texto, que deveria acontecer nesta quarta ou quinta-feira, não tem data certa.

Além disso, nos corredores do Congresso Nacional, políticos de vários partidos diziam que o Governo deverá fazer um esforço para não mexer em nada no texto original da MP 595 e tentar aprová-lo desse jeito, algo que os portuários não aceitam.

Um dos mais indignados é o presidente do Sindicato dos Operadores de Guindastes e Empilhadeiras (Sindogeesp). “Viemos em todas as reuniões e audiências, gastamos tempo e dinheiro e o que vimos aqui hoje foi uma vergonha e uma demonstração de falta de caráter dos governantes, principalmente da presidente Dilma Rousseff que mentiu e traiu os portuários". 

Para o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, o Nei, a presidente faltou com a verdade ao garantir que os trabalhadores teriam seus direitos mantidos pela MP. “Ela mentiu e a prova dessa falácia está aí para o Brasil inteiro ver quem ela realmente é”. De acordo com o sindicalista, ao rasgar o acordo feito com as lideranças há cerca de duas semanas, Dilma “ratificou a traição”. Nei garante que os portuários darão a resposta nos próximos dias.

Presentes ao encontro, os dirigentes das três federações de trabalhadores portuários ficaram de convocar uma plenária nacional na próxima semana para definir a paralisação dos portos estatais. 

Decepção
O presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, também se disse decepcionado. "Viemos aqui como homens, trabalhadores, dirigentes sindicais e, acima de tudo, como cidadãos, para, no final, sermos tratados como verdadeiros moleques e enganados por um governo que ajudamos a eleger". 

Com a não divulgação do relatório, a tramitação da matéria no Congresso Nacional só será retomada na próxima semana. A MP foi prorrogada por 60 dias e tem validade até 19 de maio.

Segundo o presidente do Sindicato dos Operários de Santos (Sintraport), Robson de Lima Apolinário, a aceitação das propostas dos portuários, pelo Governo, em acordo firmado no dia 21 de março, suspendeu uma greve nacional nos portos prevista para o dia 25 do mesmo mês.

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