Todos os portos do Espírito Santo estão parados, sem nenhum tipo de exercício, na manhã desta sexta-feira (22), por causa de uma manifestação de trabalhadores portuários que são contrários a  medida provisória 595, que muda as regras nos portos. De acordo com o Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), mais de cinco mil trabalhadores vão ficar com os braços cruzados até às 13h. O presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) informou que quatro navios de carga estão atracados nos portos, mas sem movimentação, o que representa um prejuízo estimado em R$ 280 mil.
De acordo com o presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto, os trabalhadores portuários do estado temem uma demissão em massa com a terceirização dos portos públicos. Os manifestantes estenderam faixas em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, e se concentram com cartazes nos portos de Vitória, de Vila Velha, e Aracruz.
“Esta medida provisória traz prejuízos gritantes para a nossa categoria e por isso precisamos analisar alguns pontos. Além da garantia de não demitir integrantes da nossa categoria, queremos ter direito de voz e voto no conselhos administrativo e de autoridade portuária”, explicou Pinto.
O presidente do sindicato informou ainda que uma nova paralisação volta a acontecer na próxima terça-feira (26) das 13h às 19h.
Para o presidente da Codesa, Clovis Lascosque, as mudanças com a medida provisória 595 são positivas para o Espírito Santo. “Novos investimentos estão sendo garantidos. Só este ano o governo federal anunciou R$ 16 bilhões para construir novos terminais e melhorar as estruturas dos já existentes. A medida abriu os terminais para movimentar as cargas de terceiros e os trabalhadores ficam temeroso com a questão da segurança de emprego”, disse Lascosque.
MP 595 
A medida provisória foi lançada pelo governo federal em dezembro de 2012, junto com um pacote de investimentos de R$ 56 bilhões. O objetivo do governo é promover a competitividade na economia brasileira, pondo fim aos entraves do setor. Os trabalhadores cadastrados no Orgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) dizem que eles terão prejuízo com a MP 595, já que a medida abrirá o mercado de trabalho para quem não tem registro nem cadastro no Ogmo, o que diminuirá mais os salários.
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