domingo, 5 de agosto de 2012

Agora mais do que nunca

Devemos todos focar nos acontecimentos em Brasília, mais especificamente no que trata a reformulação da Lei 8.630 que regula o meio portuário. Segundo a reportagem em 03 deste mês de agosto, Dilma, representada pela casa Civil, ANTAQ e SEP, estão trabalhando a todo vapor no assunto. 
Reformular a Lei 8.630, é alterar processos, ações, organogramas, salários, empregos, a Guarda Portuária, etc.
Não devemos esquecer que a Guarda Portuária é ordenada dentro da Lei, a única categoria, ou função que é definida dentro da Autoridade Portuária. sua regulamentação e manutenção é clara e fica sob a égide da própria Autoridade Portuária.
Precisamos saber que caminho tomar. Precisamo nos posicionar e convencer, caso não esteja, da importância dos olhos fiscalizadores da Guarda Portuária, o braço armado do governo que, por 24h filtra, ações e acessos hostis nos portos brasileiros.
No munto inteiro esta "ferramenta", que trata da segurança portuária direta é valorizada, incentivada e "cuidada" para que as operações ocorram com um mínimo de alterações.


Lideranças da Guarda Portuária de todo o Brasil, devem se unir nesse momento urgentemente, afim de trazer conforto aos corações dos guerreiros portuários que labutam nestas fronteiras marítimas internacionais.
Sugestões deverão ser compartilhadas, ajustes deverão ser feitos, orientações deverão ser divulgadas.
Pec 59? Incorporação da Guarda Portuária pela nova Autoridade Portuária Nacional? Absorção da Guarda pela ANTAQ ou outro órgão? ou  a tão temida terceirização em massa?
Quem sabe? Quem buscou essas informações?
Devemos lançar mão de todas as ferramentas políticas e técnicas que angariamos até os dias de hoje. Devemos nos fazer ouvir e opinar sobre a segurança portuária, que alias, consta em algumas leis de cunho nacional e podemos citar rapidamente a própria Lei dos Portos 8.630, a Lei do Desarmamento 10.826, a definição da Ocupação no Ministério do trabalho CBO da Guarda Portuária, etc.
A presidenta terá muito trabalho pra alterar uma boa parte da leis, terá que aniquilar a Guarda Portuária as ações desta BI CENTENÁRIA corporação. Acredito que não seja este o objetivo da presidenta Dilma, que aliás, já contou com escolta da Guarda em Belém do Pará ha 3 anos.
Em fim. É hora de nos fazer reconhecer, convergir os olhos do governo federal à nossa honrada farda e às atividades que exercemos. Devemos mostrar aos governantes e decisores que existimos para fiscalizar, defender o que é do povo, guardar 95% das riquezas de nosso País.


Presidenta Dilma, SEP, ANTAQ, estamos aqui para contribuir, para somar e multiplicar. Precisamos ser ouvidos.


Reflitamos.

Abaixo a reportagem da VEJA

Governo prepara reforma geral do setor portuário brasileiro


Privatização total ou parcial dos portos é uma das ações previstas. Em novo marco legal, Dilma quer incluir novas outorgas de terminais e melhoria da governança
Benedito Sverberi e Naiara Infante Bertão, de http://exame1.abrilm.com.br/assets/sources/19/content_logo_veja.png?1290633634

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff quer reformular nos próximos meses as regras de funcionamento de todo o setor portuário nacional. Nas últimas semanas, a imprensa veiculou informações de que o governo pretende incluir esse modal logístico em uma nova rodada de privatizações do país – na tentativa de impulsionar a taxa de investimento e melhorar a combalida infraestrutura brasileira.
Porto de Santos
O site de Veja apurou, no entanto, que é bem mais que isso. Fontes próximas da negociação confirmam que licitar portos é uma das opções confirmadas. O plano da presidente é, contudo, mais ousado, passando por melhorias na governança das companhias docas e no relacionamento destas com os terminais portuários privados, o estabelecimento de um novo regime de outorgas de terminais, entre outras medidas.
Para não correr o risco de ver o projeto empacar, a presidente o tomou para si – tal como nos novos leilões previstos para os aeroportos. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, coordena o processo e mimetiza a superiora hierárquica ao impor um estilo "gerentona" às discussões, cobrando eficiência, números precisos e agilidade. Ela serve também de emissária de recados da própria Dilma aos empresários, servidores públicos e especialistas que participam das articulações.
Reuniões frequentes – Há 90 dias, Gleisi reúne-se toda semana (geralmente às sextas-feiras) na sede da Secretaria Especial de Portos (SEP), em Brasília, com agentes da própria pasta e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), além de empresários do setor e consultores. A ideia é fazer um grande balanço da situação dos portos no país, com foco nos pontos que precisam ser aperfeiçoados com urgência. O interesse em entender os problemas do segmento não é novo. Bem no início de sua gestão, Dilma articulou com o BNDES a encomenda de um diagnóstico abrangente deste modal logístico.
Quatro consultorias privadas passaram todo o ano passado e uma parte deste esmiuçando os problemas legais e econômicos da área, traçando projeções de demanda de serviços portuários, entre outros levantamentos. Uma fonte que participou da elaboração do documento diz que o trabalho está encerrado e já se encontra em análise no Planalto. Em breve, servirá de base para a elaboração de um projeto de lei que tramitará no Congresso para reformular o marco legal portuário. “O timing para a aprovação da lei é imprevisível porque depende de questões politicas. Posso afirmar, no entanto, que o governo usará todo seu poder de articulação para aprová-lo em caráter de urgência porque este é um tema prioritário da presidente”, afirma.
Apesar de não participar das reuniões, Dilma avalia e palpita sobre tudo o que é debatido. Gleisi é os olhos e ouvidos da presidente. Reclamações sobre dados inconsistentes, dúvidas sobre as propostas apresentadas, sugestões de mudança etc. A cada reunião, a ministra tem sempre uma ‘novidade’ vinda da presidente para ‘desespero’ dos negociadores que têm de correr para sanar tais questionamentos.
Privatizações – Já é certo que as mudanças previstas não vão se restringir à (muito necessária) privatização total ou parcial da gestão portuária – hoje os 34 portos brasileiros são administrados diretamente ou indiretamente por estados e municípios. Gleisi e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que eventualmente participa de algumas reuniões, estão destrinchando o funcionamento da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, a chamada Lei dos Portos.

“Elas (Gleise e Miriam) anotaram tudo o que falamos sobre os benefícios que a Lei (dos Portos) trouxe e também o que precisa ser melhorado. Disseram que vão se basear nessas conversas para traçar mudanças para o setor”, relata uma fonte do setor portuário que participou de uma dessas reuniões, duas semanas atrás. A revisão do modelo portuário pelo governo conta também com a ajuda da SEP e da Antaq – que, perto da Casa Civil, assumiram um papel meramente secundário nas negociações.
Evolução – Analistas ouvidos pelo site de Veja são unânimes em afirmar que é inegável a contribuição positiva que a Lei nº 8.630 trouxe ao setor anos atrás. Antes dele, uma única estatal, a Portobras, cuidava de todos os portos do país. Com a nova legislação, as autoridades portuárias ganharam o direito de arrendar áreas nas adjacências para que entes privados pudessem operar terminais. Ao longo da década de 1990, o forte processo de descentralização e os pesados investimentos privados foram fundamentais para melhorar a qualidade e eficiência destes serviços, dando suporte ao desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Porém, hoje já se discutem as limitações deste modelo.
“Tem havido conversas sobre a necessidade de ter um novo marco regulatório para o setor porque há um consenso de que o modelo atual precisa de um aperfeiçoamento”, aponta Mauro Bardawill Penteado, advogado especializado em infraestrutura e financiamento de projetos do escritório Machado Meyer. Ele explica que existe uma avaliação, não só do governo, mas do próprio setor, de que este modelo não tem permitido uma expansão dos investimentos em ritmo adequado, entre outros pontos que precisariam de ajuste. “Percebe-se que, ante as necessidades do Brasil, o segmento tem de evoluir”, acrescenta.
Novos terminais – O site de Veja apurou que uma discussão polêmica nos bastidores é a intenção do Planalto de conceder novas outorgas para terminais privados. A necessidade de concessões é iminente já que as atuais, em sua maioria, têm trabalhando no limite máximo de capacidade. Porém, as atuais empresas do ramo podem se sentir minimizadas ao verem seus lucros serem compartilhados, o que pode gerar atritos para o governo.
Outro tema que deve ganhar espaço no novo plano é a reestruturação das Companhias Docas, que hoje são responsáveis pela administração dos portos. Um dos principais problemas da atual gestão pública é a falta de agilidade e eficiência, além do excesso de burocracia delas. Um das críticas é que os diretores dessas empresas têm pouca autonomia para fazer seu trabalho. Muitos precisam responder a políticos ou partidos, que interferem na gestão e tomada de decisões. “Acredito que a Dilma quer descentralizar a gestão portuária para combater essa falta de independência”, afirma Wilen Manteli, diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP).
Na avaliação do executivo, o país deveria olhar exemplos bem-sucedidos do exterior, como os portos de Roterdã (Holanda) e Hamburgo (Alemanha). “Os portos não precisam ser totalmente privados. Podemos ter uma parceria público-privado, por exemplo, com o governo ditando as políticas públicas e o setor privado gerenciando, com metas a serem cumpridas e resultados a serem apresentados”, sugere. Cada porto também deveria ser administrado conforme suas próprias características. No Brasil, o tratamento dispensado a eles tende a ignorar essas diferenças.
Os especialistas ouvidos pelo site de Veja elogiam a atuação da ministra Gleisi e dos servidores da Casa Civil. A avaliação é que, nas mãos deles, o processo ganhou qualidade e agilidade. Ainda que o estilo “gerentona” da ministra e os duros recados disparados por Dilma muitas vezes assustem, os empresários e consultores que tratam da mudança regulatória do setor portuário não sentem saudade do tempo que as conversas se davam com os técnicos da SEP e da Antaq.
Fonte:site veja

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