quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O perigo de expor informações

Na semana passada estive em Curitiba, no Estado do Paraná. No Estação Convention Center, ministrei, para um público de quase 700 diretores e gerentes de empresas, uma palestra sobre prevenção a fraudes internas e externas. Meu vôo partiria às 6h52. Como sempre me preocupo em chegar com folga, fiz o check in às 05h30 e aproveitei o tempo de espera para dar uma olhada na livraria e depois tomar um café. O aeroporto de Cumbica já tinha intenso movimento de pessoas. Muitos executivos trajavam camisetas com o logotipo de suas empresas. Alguns, ainda, portavam crachás de identificação, contendo nome completo e até cargo. Será que existe algum perigo nessas condutas? Prevenir é sempre melhor que remediar. Como acredito que se deva evitar a exposição desnecessária de informações pessoais e empresariais, entendo que tais práticas poderiam ser evitadas. É bem possível que alguns leitores pensem: "Será que o Dr.Lordello não está exagerando?". Não estou, tenho certeza. Há 22 anos realizo intensa pesquisa criminal. Entrevistei mais de 1250 marginais e cerca de 2200 vítimas de diversos tipos de delitos. Posso garantir que muitos assaltos e seqüestros tiveram início com o vazamento de uma simples informação. Continuava esperando a chegada do avião, quando um homem, de aproximadamente 45 anos, sentou-se na poltrona ao lado. Trajava uma camiseta pólo de cor preta, com o símbolo da empresa em amarelo, afixado nas costas. Aproveitei para verificar até onde ele divulgaria detalhes do local onde trabalhava. Logo de início fiz um elogio à camiseta e o comentário foi interessante: "Foi idéia de meu Diretor de Marketing, Sr. Otacílio. Pra mim foi uma mão na roda, agora, quase não uso mais minhas roupas. Até para ir à ginástica me visto assim, combina com qualquer situação”. Continuei com a conversa em "banho maria", aos poucos ele foi dando mais informações. Com a aproximação da aeronave, levantei a possibilidade de comprar a tal camiseta. A resposta foi surpreendente: "Tome meu cartão de visita, envie seu endereço por e-mail que remeto de presente a você". O cartão consignava dados excessivos sobre a firma e até o cargo do funcionário: "Gerente Financeiro". Se a informação é o segredo de todo negócio, então devemos guardá-la a 7 chaves. 


Dr. Jorge Lordello

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