quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Governos federal e de SP anunciam ação integrada contra violência


Não é de hoje que enfatizamos que as atenções do governo devem ser voltadas à Segurança Pública Portuária. Precisamos chegar ao ponto em que , dezenas de policiais são mortos nos ataques TERRORISTAS, sim TERRORISTAS em São Paulo. O Pânico, o “toque de recolher”, a selvageria está instalada naquele Estado. Infelizmente.
Os portos necessitam de um efetivo reforçado da Guarda Portuária, necessitam de capacitação adequada e treinamento. Um modelo integrado de segurança entre os portos deve ser desenvolvido em caráter EMERGENCIAL, e aí começo acreditar que chegamos ao ponto.
Diante da entrevista abaixo, fica claro que a preocupação chega ao Ministério da Justiça. Lamentavelmente depois de inúmeras mortes e o caos implantado na grande metrópole São Paulo.
Ainda ontem, dia 07 de novembro, ouvindo a rádio CBN, uma professora da USP entrevistada também especialista em Segurança Pública (por um lapso meu, não me recordo seu nome), enfatizava o reforço do controle dos portos como uma prioridade emergencial. Também dizia esta especialista que, o caos instalado em São Paulo, poderia ter se instalado em qualquer grande cidade brasileira, devido ao mal policiamento das fronteiras, inclusive portuárias. É por ali que entram armas importadas de grande poder de destruição, ou alguém acredita que seja tão fácil embarcar num avião com fuzis israelenses ou armas de artilharia pesada e antiaérea????
Senhores, a Guarda Portuária do Brasil além de querer contribuir, a fiscalização e policiamento dos portos é SEU DEVER LEGAL, mas precisa de condições mínimas, como um treinamento específico e mais especializado, condições e equipamentos técnicos adequados para a fiscalização dos acessos portuários. Necessita de um novo modelo de carreira e de gestão voltado à Segurança Pública.

Quantos mais terão suas vidas ceifadas até que se tomem medidas preventivas em nossas fronteiras??

Convido a todos nós a fazermos uma avaliação sensata da reportagem abaixo.
 
Marco Jamil
Graduando em Seg. Pública

Reunião aconteceu na tarde desta terça-feira no Palácio dos Bandeirantes.Entre as ações, foi anunciada criação de agência de atuação conjunta.

Do G1 São PauloTatiana Santiago

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciaram na tarde desta terça-feira (6) uma ação integrada de combate à violência no estado. Eles se reuniram no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para discutir parcerias.
Alckmin disse que seis pontos foram definidos. Um dos destaques é a criação de uma agência de inteligência com atuação integrada, cuja primeira reunião deve ocorrer na próxima segunda-feira (12).  Segundo o ministro da Justiça, um dos objetivos do grupo é "desenhar o plano de contenção" contra a violência que será apresentado na segunda. "Para operação imediata”, afirmou Cardozo.
Alckmin ressaltou que as ações definidas já serão colocadas em prática e divulgadas progressivamente. "A parceria é ilimitada, mas fruto dessa reunião de trabalho foram seis itens aqui elencados", comentou o governador.
Os seis pontos citados por Alckmin são: criação da agência de atuação integrada, ações relacionadas ao sistema prisional (que inclui transferência de presos), ações de contenção nos acessos ao estado, combate ao crack,  possibilidade de criar um centro pericial e criação de um centro de comando de controle integrado.
"Quero destacar que foi uma reunião proveitosa, bastante objetiva, já com metas e datas para a gente poder avançar nesse trabalho", disse Alckmin ao fim do encontro.
Relatórios de inteligência vão nos permitir fazer o asfixiamento financeiro das organizações criminosas que atuam no estado. Juntos, governos federal e estadual são muito mais fortes que o crime organizado"
José Eduardo Cardozo,
ministro da Justiça
Agência integrada
De acordo com governador e ministro, a futura agência de atuação integrada vai unir as inteligências dos governos estadual e federal.
“Relatórios de inteligência vão nos permitir fazer o asfixiamento financeiro das organizações criminosas que atuam no estado. Juntos, governos federal e estadual são muito mais fortes que o crime organizado”, disse o ministro.

De acordo com Cardozo, as polícias e os órgãos fiscais devem respeitar suas áreas de atuação e contribuir para o cerco às organizações criminosas. "É sabido que o asfixiamento financeiro é algo fundamental para enfraquecer organizações criminosas e, por isso, tanto a Receita Federal quanto a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo estarão, juntas, atuando conosco”, disse.
Transferência de presos
O ministro disse que foi acertada a transferência de presos, mas que não serão informados os nomes e as datas, por questão de segurança. "Dado de segurança pública não se comenta”, justificou. “É muito importante que fique claro: aqueles que cometeram delitos nesse período já serão transferidos e aí vão se avaliar outros presos”, disse Cardozo.
O governador adiantou que detentos envolvidos na morte de policiais e de agentes penitenciários serão prioridade nessas transferências. Entre a noite de segunda-feira (5) e a madrugada de terça (6), oito pessoas foram mortas em São Paulo. Desde o início do ano, 90 policiais foram assassinados.
“Transmitimos aqui os seis conjuntos de ações que já começaram, já estão todas elas trabalhando e, à medida que for possível, os secretários vão anunciando a transferência de presos, as demais medidas e o trabalho todo já iniciado"
Geraldo Alckmin,
governador de São Paulo
Controle de acessos
Segundo o ministro, a parceria entre os governos também tem como objetivo atuar nos acessos ao estado, tanto por terra quanto pelos portos e pelos aeroportos. Ele afirmou que policiais rodoviários federais e estaduais trabalharão em conjunto principalmente nas estradas próximas das divisas.
Polícias rodoviárias Federal e Estadual, Polícia Federal, Secretaria da Segurança Pública (SSP) devem fazer fiscalizações conjuntas com a Secretaria da Fazenda e a Receita Federal. Ainda de acordo com o ministro, o Porto de Santos deve ter atenção especial. "Isso vai fazer com que o combate a diversas formas de crime seja mais eficiente. Também estaremos atuando de uma forma muito significativa em operações conjuntas", disse.
Central de perícia
Cardozo prevê ainda que as técnicas de perícia também sejam fortalecidas. Segundo o ministro, a tecnologia será fundamental no combate ao narcotráfico, principalmente para a descoberta da origem da droga. “Estabelecemos ainda protocolos na área de perícia. Temos que fortalecer a perícia e São Paulo tem uma perícia de excelência, mas nós podemos ampliar sua atuação”, afirmou o ministro.

Alckmin avalia que incrementos no setor pericial podem ser elaborados em uma nova estrutura e beneficiar demais unidades da federação. "Nós podemos ter até um centro pericial para servir a outros estados, com bastante especialidade", disse o governador.

Centro de controle integrado
Alckmin e Cardozo afirmaram que vão trabalhar para atuar de forma conjunta em ações de monitoramentos. O ministro da Justiça apontou que São Paulo tem experiência "positiva" com as bases comunitárias. "A ideia seria fazer bases comunitárias móveis, como nós temos aplicado em alguns estados", disse Cardozo.

Segundo o ministro, o objetivo é ter videomonitoramento em áreas atendidas por bases móveis para ações de segurança e de combate ao tráfico.
Combate ao crack
No debate de parcerias contra o consumo do crack, o ministro da Justiça afirmou que será discutida a implementação do programa “Crack, é possível vencer”. Segundo ele, já houve a assinatura da parceria e a definição da implantação vai delimitar forma de atendimento dos usuários em São Paulo.
Reunião ocorre após polêmica
A reunião na capital paulista ocorreu após a presidente Dilma Rousseff e Alckmin encerrarem, na quinta-feira (1°), a polêmica entre Cardozo e Ferreira Pinto. O ministro e o secretário divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirmava ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário dizia não ter recebido proposta e que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.
Sobre a verba, Cardozo não respondeu se ela seria liberada, mas se mostrou receptivo aos pedidos. “Nós recebemos de todos os estados pedidos de recursos e é absolutamente legítimo que se faça. Nós obviamente iniciamos processos de discussão com os estados para formar parcerias. Neste momento estamos formando uma muito importante e muito significativa”, afirmou.
Questionado sobre a possível presença em São Paulo do Exército e da Força Nacional, o ministro negou. “Não é necessário. São Paulo tem 130 mil homens na PM e 30 mil homens na Polícia Civil, portanto não há a necessidade de que nesse momento se utilize Forças Armadas."
Autoridades
Ao todo, 29 pessoas participaram da reunião no Palácio dos Bandeirantes. Entre os representantes do governo federal estiveram, além do ministro, a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, o diretor do departamento penitenciário nacional, Augusto Eduardo de Souza Rossini, e a diretora-geral da Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice Nascimento Souza.
Pelo governo do estado, além de Alckmin e de Ferreira Pinto, participam o secretário de estado chefe da Casa Civil, Sidney Beraldo, o diretor da secretaria de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, o comandante da Polícia Militar de São Paulo, Roberval França, e o delegado geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro.
Gabinete de crise
Mais cedo, em Aracaju, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, afirmou que vai criar, conjuntamente com integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um gabinete de crise para monitorar a onda de violência no estado.
Reunido com o corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, Sartori ligou de Aracaju (SE) para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para informá-lo sobre a decisão do Judiciário.
Mortes na Zona Norte
Oito pessoas foram mortas entre a noite de segunda-feira (5) e a madrugada desta terça-feira (6) em São Paulo. Um dos casos de ataque foi filmado por câmeras de segurança de um prédio: dois filhos de um ex-policial foram alvo de disparos. Também no mesmo período, dois ônibus foram atacados por criminosos na região da Vila Brasilândia e, outro, em Santo André, no ABC.
Na Vila Brasilândia, região onde ocorreu a maioria dos crimes desta madrugada, ônibus não circularam nesta manhã. Em uma escola estadual, os alunos não tiveram aula. Segundo um aviso na portaria, as aulas foram suspensas por causa de um suposto "toque de recolher".
A Secretaria de Estado da Educação negou que tenha recebido qualquer comunicado sobre o toque de recolher por parte da Secretaria da Segurança Pública e informou que as aulas terão que ser repostas.
Nesta tarde, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá se reunir com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, para tratar do apoio do governo federal ao estado
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